Click here

Seminário encerra Projeto de Valorização de Nascentes Urbanas

Seminário encerra Projeto de Valorização de Nascentes Urbanas

O Seminário da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça, com o tema “Águas urbanas: da nascente à vida da gente”, realizado na manhã do dia 10 de novembro, marcou o encerramento do projeto hidroambiental “Elaboração de Diagnóstico de Nascentes Urbanas na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça, em Belo Horizonte/MG”. O evento aconteceu no Espaço da Diversidade Cultural do SESC Venda Nova no bairro Novo Letícia e reuniu cerca de 140 pessoas que participaram das várias etapas do projeto, além de representantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) e do Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça (SCBH Ribeirão Onça), realizadores do projeto, com o apoio técnico da Agência Peixe Vivo.

O evento foi aberto pelo Presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano, para quem a realização do projeto hidroambiental é uma grande contribuição no trabalho de preservação das águas na medida em que divulga a posição e o diagnóstico de 607 nascentes urbanas. Com isso, os moradores, especialmente os cuidadores de nascentes, que também foram cadastrados durante o projeto, passam a ser “conhecedores e guardiães desse patrimônio natural essencial para a preservação dos rios que formam a Bacia do Ribeirão Onça”. O coordenador Geral do SCBH Ribeirão Onça, Eric Alves Machado também destacou o trabalho de mobilização social que conseguiu reunir novas pessoas e ampliar as redes de grupos voltados para a proteção de nascentes nas três regiões abrangidas pelo projeto: as sub-bacias do Córrego Vilarinho, do Ribeirão Izidora e do Baixo Onça.

Participaram ainda da mesa de abertura do Seminário, a ex-coordenadora do Núcleo Nossa Senhora da Piedade do Projeto Manuelzão Maria José Zeferino (Majô) que destacou as duas fases anteriores do Projeto de Valorização de Nascentes Urbanas, que teve início em 2012 com o cadastro e revitalização de fontes de água no espaço urbano dos municípios de Belo Horizonte e Contagem. Também se apresentou a economista Mariana Nahas, Diretora de Inovação da NMC Projetos e Consultoria Ltda, empresa que executou o projeto hidroambiental durante 18 meses. “Para nós foi um desafio nos adaptarmos à realidade socioambiental das regiões abrangidas pelo projeto, mas ficamos totalmente satisfeitos com o resultado final do trabalho e a sua relevância para o futuro da preservação das nascentes da Bacia do Ribeirão Onça”, concluiu a diretora.

Presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Polignano, destacou importância do cadastro de nascentes

CATÁLOGO E PLANO DE MANEJO DE NASCENTES
A NMC Projetos e Consultoria apresentou o resultado das várias etapas de trabalho realizadas e os produtos finais gerados, como o Catálogo de Nascentes Urbanas da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça, uma publicação impressa com a lista das 607 nascentes, incluindo coordenadas geográficas para localização e indicação das condições (natural, natural antropizada ou intensamente antropizada), função ou uso (ambiental, social ou uso degradante) e grau de proteção ambiental de cada fonte de água cadastrada. Outro produto apresentado foi o Plano de Manejo Comunitário de Nascentes em Ambientes Urbanos, elaborado a partir de um Curso de Capacitação dividido em oito módulos de quatro horas, incluindo aulas práticas de manejo de nascentes. Três nascentes foram beneficiadas com essas aulas: a da Felicidade, a do Monjolo e a do Parque do Capão, respectivamente situadas nas regiões das sub-bacias do Ribeirão do Isidoro, do Baixo Onça e do Córrego Vilarinho. O plano de manejo apresenta as principais possibilidades de cuidados para os tipos de nascentes cadastradas conforme as características levantadas no diagnóstico técnico.

Os produtos e resultados do projeto foram apresentados pelos engenheiros ambientais Guilherme Cerqueira e Ricardo Oliveira e pela economista Mariana Nahas, da equipe da NMC Projetos e Consultoria. A avaliação do trabalho de mobilização socioambiental e os desdobramentos da aplicação do Plano de Manejo Comunitário em Nascentes em Ambientes Urbanos foram mostrados pela Mobilizadora Socioambiental do projeto, Thaís Oliveira, e por moradores atuantes na região de abrangência do projeto. A professora Roseli Correia, coordenadora do Núcleo Capão do Projeto Manuelzão; a mobilizadora social do CBH Rio das Velhas, Luciana Gomes; o cuidador de nascentes do bairro Monte Azul, Ulisses Manoel; e a bióloga Camila Amormino Corsini, mobilizadora social da Associação Coletivo da Juventude.

Grupo Suspiros Poéticos, formado por alunos, deu show de poesia

TRABALHOS ACADÊMICOS E POESIA
O Seminário da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça contou ainda com a exposição de dois trabalhos acadêmicos: “Perspectivas para a gestão das águas urbanas – A construção do espaço público a partir da política das águas: Parque do Onça, território de diálogos possíveis na gestão das águas urbanas em Belo Horizonte/MG”, com a doutoranda em Geografia Carla Wstane, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e “Recuperação do Córrego Fazenda Velha/Tamboril: processo participativo para diretrizes do projeto”, com a ambientalista Elisa Marques, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Na fase final do seminário foi apresentado um videodocumentário sobre as várias etapas do projeto hidroambiental Diagnóstico de Nascentes Urbanas na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça em Belo Horizonte. Também ocorreu um momento lúdico de reflexão e relaxamento corporal conduzido pela Master Coach, jornalista e palestrante Juliana Minardi, facilitadora da Holos, empresa que promove ações corporativas de bem estar. Na abertura e encerramento do evento, o Grupo Suspiros Poéticos, formado por alunos da Escola Municipal Adalto Lúcio de Almeida, realizou um recital poético de temática ambiental.

Agentes de mobilização social das três regiões compartilharam sua experiência

SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL
Para chegar à elaboração do Plano de Manejo, o projeto hidroambiental realizou ainda um Curso de Sensibilização Ambiental também em oito módulos. Essa fase do projeto executou 24 aulas, incluindo visitas de campo, realizadas concomitantemente nas três regiões de abrangência, aos sábados, com quatro horas de atividades educativas. Os temas abordados foram legislação ambiental e recursos hídricos e dinâmica hídrica, planejamento urbano, saneamento básico, gestão ambiental participativa e elaboração de projetos ambientais e captação de recursos. Também aconteceram visitas de campo em que os integrantes do curso participaram de atividades práticas de recuperação de áreas degradadas e gestão de resíduos sólidos e plantio de mudas de árvores nativas como ação direta de revitalização de nascentes urbanas. Além do plantio foram adotadas medidas de acompanhamento e manutenção das mudas com irrigação e adubação e identificação por placas indicativas e cercamento da área plantada. As demarcações das áreas a serem protegidas por cercas se farão por meio de serviço de topografia.
O curso de sensibilização durou de agosto a dezembro de 2017 e culminou com a realização do Simpósio da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça, em abril de 2018 no auditório do CAD 2, Universidade Federal de Minas Gerais. Participaram do evento o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), Marcus Vinícius Polignano; o coordenador do Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça (SCBH Ribeirão Onça), Eric Machado, e várias autoridades representando o setor público (Prefeituras de Belo Horizonte e de Contagem, Copasa) e as entidades ambientalistas atuantes nas regiões de abrangência do projeto. As atividades de mobilização social incluíram ainda a realização de um seminário inicial em cada uma das regiões para apresentação do projeto e coleta de informações para a execução do cadastro de nascentes urbanas.

Assinatura de Termo de Compromisso pelas águas da Bacia do Ribeirão Onça

CADASTRO DE NASCENTES URBANAS
Foram cadastradas 607 nascentes nas sub-bacias do Córrego Vilarinho (222), do Ribeirão Isidoro (152) e do Baixo Onça (233). O trabalho consistiu no georreferenciamento das fontes e levantamento das informações visuais mais importantes para permitir a caracterização das nascentes em termos de grau de poluição, estado de conservação e uso dado pela comunidade. Também foram cadastradas as pessoas que têm a posse ou o domínio da água. Também foram realizadas duas campanhas de análise da qualidade da água em 120 das nascentes cadastradas. Essa base de dados, incluindo fotografias das nascentes foi integrada ao Sistema de Informações Georreferenciadas da Bacia do Rio das Velhas (SIGA Rio das Velhas). Também será publicado o Catálogo das Nascentes Urbanas da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas contendo o resumo do resultado do cadastro.
O projeto foi encerrado com a assinatura do Compromisso pela Preservação das Águas da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça pelo Presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinicius Polignano, e pelo Coordenador do SCBH Ribeirão Onça, Eric Machado. O documento será divulgado e assinado por outras autoridades públicas como forma de buscar garantir a continuidade dos projetos de preservação das águas urbanas na Bacia do Rio das Velhas. Também foi apresentado um videodocumentário resumindo as etapas do projeto hidroambiental que foi financiado com os recursos arrecadados com a cobrança pelo uso da água conforme previsto na Lei Federal 9.433/1997.



Nos ajude te conhecer melhor
Queremos conhecer melhor o seu perfil para oferecemos um conteúdo mais personalizado.